Quando se fala em projeto para ampliação do saneamento
básico, o Estado do Rio Grande do Norte está à frente no cenário brasileiro. A
avaliação é do presidente Executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos,
que realizou nesta terça-feira (28) o Seminário “Saneamento Básico – Avanços e
Desafios do RN e da Região Metropolitana de Natal”, no Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do RN (IFRN), em Natal.
“Os governos do Espírito Santo e do Ceará têm
projetos importantes de saneamento, mas quando falamos de estrutura e recursos,
o RN está à frente”, afirmou Édison, sobre o Sanear RN, plano de ação do
Governo do Estado, através da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do
Norte (Caern), que vai garantir a ampliação do abastecimento d’água e
esgotamento sanitário em todo o Estado.
O programa vai elevar o índice de cobertura
por esgotamento sanitário na capital potiguar de 36,5% para quase 100%. Em todo
o Estado, esse número vai pular de 27,6% para 80% da população, que será
atendida com coleta e tratamento de esgotos. Os investimentos para a realização
das obras, que já estão em fase de execução, superam a marca de 1 bilhão e 400
milhões de reais. Isso coloca o Sanear RN no patamar de maior ação de
saneamento da história do Rio Grande do Norte.
De acordo com o gerente de Desenvolvimento
Operacional e Controle de Perdas da Caern, Isaías Costa Filho, o Governo
Federal já garantiu 940,5 milhões para implantação de 1.685 km de redes de
esgoto, além da construção das Estações de Tratamento de Esgotos de Jaguaribe e
Guarapes, que vão atender mais de 600 mil habitantes.
Mas o presidente Executivo do Trata Brasil
destacou os desafios que a Caern está enfrentando e ainda deve enfrentar para
garantir a conclusão das obras, que devem ser concluídas, de acordo com ele,
até o ano de 2016. Ressaltando que entraves burocráticos inerentes ao processo
podem ocorrer.
Édison destacou ainda o desafio da Caern para
executar em dois anos o que não foi feito nas últimas décadas. “A gente vê
muita autoridade que não se interessa por saneamento, porque acha que é uma
obra muito complicada, cara, que demora muito, que não aparece e não dá retorno
político e eleitoral. Assim, passamos 20 anos sem investimento no Brasil e se
perdeu muito do que se sabia sobre projeto. A partir do momento que a empresa
entregue um bom projeto, ele não deveria demorar tanto para ser executado”,
disse o presidente, que faz uma projeção para a conclusão das obras do Sanear
RN.
“Esse é um projeto para, pelo menos, cinco
anos. E mesmo assim, cinco anos é um prazo bem curto. Se a Caern conseguir
tirar a cidade de Natal de 36,5% de esgotamento sanitário para mais de 80%,
será uma maravilha”, analisa.
De acordo com o diretor-presidente da Caern,
Yuri Tasso, “hoje a Caern está determinada a executar as obras de saneamento e
para promover, consequentemente, os benefícios para a população. Seguimos
rigorosamente uma determinação da governadora Rosalba Ciarlini, que prioriza o
saneamento básico”. O Sanear RN visa ampliar o saneamento na capital em um
prazo de dois anos após o início das obras. A empresa tem contato com parcerias
importantes, como é o caso de Prefeitura do Natal, podendo assim seguir com sua
meta.
O desafio é grande, assim com os obstáculos
que a Caern está enfrentando para garantir água de qualidade e coleta e
tratamento de esgoto para a população do Rio Grande do Norte, mas Édison Carlos
reafirmou que o Trata Brasil está ao lado da Companhia e fez um apelo para que
as prefeituras dos 154 municípios atendidos pela Caern colaborem para a
realização das obras, que significam saúde e qualidade de vida para o povo
potiguar. “O Trata Brasil está à disposição da Caern para ajudar no que puder,
mas sabemos que é necessário realizar uma ação em conjunto entre a Companhia e
os prefeitos, porque a empresa tem estrutura e competência, mas sozinha ela não
pode agir”, concluiu.
Fonte:
Jornal de Fato